sábado, 23 de outubro de 2010

O ABC dos sentimentos

As descobertas da neurociência sobre a química das emoções mostram como elas são fundamentais também para as decisões movidas pela razão

Naiara Magalhães- Revista Veja Especial


Setembro de 1848, arredores da cidade de Cavendish, nos Estados Unidos. Aos 25 anos, o capataz Phineas Gage era o responsável pelo assentamento dos trilhos da principal estrada de ferro do estado de Vermont. Sob seu comando, os operários dedicavam-se a explodir as rochas que se encontravam no meio do traçado da ferrovia. Numa tarde de muito calor, por volta das 4 e meia, uma detonação malsucedida poria Gage, um rapaz atlético, de 1,70 metro de altura, num lugar de destaque na história da medicina. Ele seria personagem do mais notório e bem documentado caso de que as emoções têm base física no cérebro e são imprescindíveis para o exercício da razão. Com a explosão, uma barra de ferro com aproximadamente 6 quilos, 1 metro de comprimento e 3 centímetros de diâmetro entrou pela bochecha esquerda do jovem, trespassou-lhe a base do crânio e saiu pelo topo da cabeça. Arremessado a mais de 30 metros de distância, ele sofreu algumas convulsões, mas, logo depois, já caminhava, falava e conseguia manter-se coerente. Depois do acidente, no entanto, sua personalidade mudou, comprometendo inclusive sua capacidade de tomar decisões. O até então responsável e gentil Gage tornou-se mentiroso, inconveniente, arrogante, insensível e antissocial. Ele perdera “a capacidade de antecipar o futuro e de elaborar planos de acordo com essa antecipação no contexto de um ambiente social complexo”, conforme definiu o neurocientista português António Damásio, no livro O Erro de Descartes - Emoção, Razão e o Cérebro Humano (editora Companhia das Letras). Impossibilitado de trabalhar, restou-lhe virar atração de circo: em suas apresentações, Gage exibia com orgulho a ferida na cabeça e a barra de ferro que havia lhe perfurado. Ele morreu aos 38 anos, em 1861, depois de uma série de convulsões.
O BELO PASSEIO (1965), de René Magritte
O BELO PASSEIO (1965), de René Magritte (Superstock/Grupo Keystone)


Um século e meio depois da explosão em Vermont, por meio de exames de tomografia e recursos da computação gráfica, Damásio conseguiu definir precisamente a extensão do ferimento de Gage. O neurocientista demonstrou que, ao rasgar o cérebro do operário, a barra de ferro danificara estruturas do lobo pré-frontal, em ambos os hemisférios cerebrais. Esse fato lhe chamou atenção porque, em seu consultório, ele notara que os pacientes portadores de lesões pré-frontais (em geral, decorrentes de tumores cerebrais) apresentavam mudanças de comportamento muito semelhantes às de Gage. O neurocientista, então, formulou a tese de que, tanto no acidente de 1848 quanto nos seus próprios casos, ocorrera uma desconexão entre os circuitos cerebrais associados ao pensamento lógico e as regiões relacionadas às emoções. A interação entre razão e emoção é atualmente um dos campos mais fascinantes dos estudos sobre o comportamento humano. “Os sentimentos não são inatingíveis nem ilusórios”, escreve Damásio.
As emoções são imprescindíveis nas tomadas de decisões - das mais simples, como agendar a próxima ida ao dentista, às mais complexas, como aceitar ou não um convite para mudar de emprego. Elas são fundamentais também para a sociabilidade, além de organizar a forma como os dados e os acontecimentos são armazenados na memória. Em 1872, no livro A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, o naturalista inglês Charles Darwin (1809 -1882), autor da teoria da evolução, demonstrou como as emoções estão ligadas a mecanismos evolutivos essenciais à preservação da espécie. As reações fisiológicas desencadeadas por raiva, amor, alegria, tristeza ou culpa têm um valor adaptativo relevante. “A alegria, por exemplo, deixa os animais, os humanos entre eles, com disposição para correr atrás de dois itens essenciais à sobrevivência da espécie - alimentos e parceiros sexuais”, diz o neurocientista comportamental Frederico Graeff, professor da Universidade de São Paulo, câmpus de Ribeirão Preto. “Já a tristeza é importante em situações adversas, quando tende a ser mais útil deixar o tempo passar, a fim de o indivíduo poupar energia para agir em momentos mais favoráveis.”
Na década de 60, ao aprofundar os estudos de Darwin sobre as emoções, o psicólogo americano Paul Ekman, professor da Universidade da Califórnia, comparou, em duas dezenas de países, a expressão facial das pessoas durante a manifestação dos diversos sentimentos, dedicando-se sobretudo a seis deles, considerados básicos. O medo, a surpresa, a raiva, a alegria, a tristeza e o nojo são inatos, determinados biologicamente - e comuns até aos vertebrados mais simples. Nos peixes, anfíbios e répteis, as emoções se manifestam de forma involuntária, ativando as áreas mais primitivas do cérebro, como o tronco cerebral e o sistema límbico. Conforme aumenta o grau de evolução da espécie, as emoções tornam-se mais refinadas - o que exige a ativação de porções cerebrais maiores e mais desenvolvidas. No ser humano, as percepções e manifestações emocionais atingem o auge da complexidade e são processadas em todo o cérebro, inclusive no córtex primitivo e no neocórtex, responsáveis por funções como a linguagem e as tomadas de decisão. Nós somos os únicos comprovadamente capazes de sentir as chamadas emoções secundárias. Dezenas de substâncias químicas interagem entre si de modo que sintamos compaixão, culpa, ciúme, vergonha, desconfiança e... amor. Além de mais complexas fisiologicamente, as emoções humanas, há que lembrar, não seriam humanas não fossem moldadas também por influências sociais, culturais e morais. E se retroalimentam. Como dizia o escritor inglês Edward Morgan Forster (1879-1970): “As emoções são intermináveis: quanto mais as exprimimos, mais maneiras temos de exprimi-las”. Nesta e nas próximas quatro páginas, VEJA traz um dicionário sucinto da bioquímica das emoções.

A DANÇA (1910), de Henri Matisse  
A DANÇA (1910), de Henri Matisse (Fotos AKG/Latinstock )

 

ALEGRIA

Há alegrias e alegrias - e, para cada uma delas, uma química diferente. A que se manifesta sob a forma de explosão e nos deixa mais eufóricos e falantes, como quando comemoramos o gol do nosso time do coração, é regida pela dopamina. A bola na rede ativa o sistema de recompensa do cérebro, causando a liberação dessa substância neurotransmissora e, consequentemente, uma ótima sensação. A alegria é instantânea, mas dura pouco. Para conter o entusiasmo, e evitar um colapso, o organismo logo reduz a produção de dopamina. A alegria mais serena, aquela que nos invade quando a vida se apresenta tranquila, sem sobressaltos, é obra dos opioides, espécie de analgésico natural associado ao bem-estar. As duas substâncias fazem parte também do processo de estimulação e realização sexual. O antes, o durante e o ápice do sexo devem-se, principalmente, à dopamina. O depois (a etapa “foi bom, meu bem?”), em que se relaxa, aos opioides.
Alegria demais, porém, é doença. Conhecida no jargão médico como mania, ela pode ser a fase eufórica do transtorno bipolar. Nesse estado, os pacientes se põem em risco. Tendem a comprar compulsivamente, a fazer sexo inseguro com estranhos e a exagerar no consumo de álcool. Além de psicoterapia, o tratamento quase sempre inclui o uso de medicamentos — em geral, estabilizadores de humor e antipsicóticos, que tentam normalizar (ou seja, reduzir, no caso dos bipolares) a ação de dopamina no sistema de recompensa.


ADÃO E EVA (1521), de Lucas Cranach ADÃO E EVA (1521), de Lucas Cranach
(Fotos: AKG/Latinstock )

AMOR

Dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): "O amor dinamita a ponte e manda o amante passar". Amar não é e nunca será fácil. Até o amor materno passa por suas provações. As complicações, em geral, advêm de influências externas. Da perspectiva bioquímica, amar é de uma simplicidade comovente, mera questão de oxitocina. A substância ativa as áreas de afetividade, ajudando a estabelecer e a fortalecer os vínculos de afeição - seja entre mãe e filho, homem e mulher ou amigos. Quanto maior a produção de oxitocina, maior também a liberação de - aí está ela outra vez - dopamina, a substância da alegria, responsável pelo controle do sistema de recompensa cerebral. Para a manutenção do amor romântico, a biologia fornece prazo de validade - em média, quatro anos, o tempo exigido para a concepção, a gestação, o nascimento e os primeiros cuidados do bebê. A natureza é pragmática.




MEDEIA FURIOSA (1838), de Eugène Delacroix MEDEIA FURIOSA (1838), de Eugène Delacroix

CIÚME

  No século XVII, o religioso espanhol Tirso de Molina, criador do personagem Don Juan, definiu o ciúme como “o saleiro no banquete do amor”. Pois bem, na química das emoções, esse sal é também a oxitocina, que mantém o vínculo afetivo entre o ciumento e a pessoa amada. Sentimento exclusivamente humano, o ciúme, no entanto, resulta de processos mentais bem mais complexos do que a simples liberação de um neurotransmissor. O ciúme acende, por exemplo, a região do lobo frontal — o que faz com que o ciumento se corroa de angústia ao imaginar que possa estar sendo traído. Ligam-se a esse circuito aqueles associados ao stress e à agressividade, com a liberação do hormônio cortisol. Com isso, ocorre a experiência física do ciúme — traduzida por taquicardia, boca seca e estômago embrulhado.
O ciúme patológico costuma ser sintoma de vários transtornos psiquiátricos. É comum que os deprimidos apresentem delírios ciumentos, em função de um desequilíbrio da ação da serotonina, substância neurotransmissora que proporciona prazer. O ciúme doentio pode atingir ainda as vítimas de transtorno obsessivo-compulsivo, pânico e os portadores de afecções neurológicas, como a doença de Parkinson e o alcoolismo, segundo descreveu a psiquiatra italiana Donatella Marazziti, em seu livro ...E Viveram Ciumentos & Felizes para Sempre (Casa Editorial Luminara). Sessões de terapia cognitivo-comportamental podem ser úteis. Em certos casos, os médicos recorrem a antidepressivos específicos para serotonina.


BELISÁRIO (1781), de Jacques-Louis David , de Eugène Delacroix BELISÁRIO (1781), de Jacques-Louis David , de Eugène Delacroix

COMPAIXÃO

 Assim como o ciúme, a compaixão é uma emoção exclusivamente humana. Ela envolve as estruturas cerebrais que nos permitem reconhecer o sofrimento em outras pessoas, por meio das expressões faciais e corporais e nuances no tom de voz — conjunto definido pelos especialistas como “contágio emocional”. Diz a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro: “Nosso cérebro atua como se fôssemos nós a sofrer”. Além das áreas associadas à afetividade, a compaixão requer a participação de processos cognitivos intrincados, indispensáveis para que nos coloquemos no lugar do objeto de condolência, sem que tenhamos necessariamente vivido a sua situação. “Por causa de tais processos, quem sente compaixão experimenta ainda o ímpeto de agir e amenizar o sofrimento alheio”, diz Jorge Moll, neurologista do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro.




A INCREDULIDADE DE SÃO TOMÉ (1601), de Michelangelo Meresi da Caravaggio A INCREDULIDADE DE SÃO TOMÉ (1601), de Michelangelo Meresi da Caravaggio

DESCONFIANÇA

 
A desconfiança é produto de uma liberação exagerada de testosterona, o hormônio sexual masculino. Um estudo publicado recentemente na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences mostra que mulheres consideradas crédulas perderam muito da confiança que tinham em outras pessoas depois de ingerir algumas gotas do hormônio. As voluntárias da pesquisa, moças de 20 anos, em média, foram convidadas a classificar uma série de rostos desconhecidos numa escala de -100 (pouco confiável) a +100 (muito confiável). Em seguida, as mais ingênuas repetiram o exercício, agora sob o efeito da testosterona. Com o hormônio, o grau de confiança delas caiu cerca de 50%. A hipótese é que a testosterona aumente os níveis de vasopressina, substância associada à liderança e competitividade.
O estado patológico da desconfiança se manifesta na esquizofrenia e na dependência química, em especial durante os surtos que acometem seus portadores. As duas doenças são caracterizadas por um desequilíbrio na síntese de dopamina, o que favoreceria a liberação de testosterona e, em consequência, de vasopressina.


A FÚRIA DE AQUILES (1757), de Giambattista Tiepolo A FÚRIA DE AQUILES (1757), de Giambattista Tiepolo (Gianni Dagli Orti/AFP)

INDIGNAÇÃO

  A indignação é fruto dos mesmos mecanismos neuroquímicos que produzem a raiva - e é essa, afinal de contas, a emoção primordial de uma pessoa indignada. No entanto, a indignação é um sentimento mais complexo, que envolve a participação dos circuitos cerebrais responsáveis pela elaboração de conceitos morais como injustiça e violação de normas sociais. Como é grande o peso dos valores culturais na gênese desse sentimento, o que faz uma pessoa ficar indignada pode não causar a menor reação em outra. Ao ver alguém furando fila, a tendência é ficar indignado, pois o código social vigente interpreta o comportamento do furão como uma violação de direitos. Mas nem todos se comportam dessa maneira, como é possível perceber em quaisquer lugares públicos do Brasil.






INVEJA

 
ADÃO E EVA (1521), de Lucas Cranach
Inescapável o lugar-comum: a inveja é um dos sentimentos mais negativos e vazios experimentados pelo homem. Enquanto o ambicioso quer ter um Mercedes igual ao do cunhado e o cobiçador quer o Mercedes do cunhado para ele, o invejoso só quer que o cunhado perca o seu Mercedes, ainda que ele não ganhe nada com isso. Um estudo recém-publicado na revista americana Human Brain Mapping, dedicada a pesquisas na área de neuroimagem, revelou que a inveja ativa uma área do cérebro chamada estriado ventral, ligada aos estímulos de recompensa. Os autores do estudo, da Universidade de Haifa, em Israel, fizeram experimentos baseados num jogo que envolvia ganhar e perder dinheiro. Resultado: os participantes demonstravam alegria e satisfação (e maior atividade do estriado ventral) mesmo quando perdiam dinheiro, desde que o rombo no bolso de outros concorrentes tivesse sido maior. Quando auferiam ganhos, mas menores do que os obtidos por adversários, os jogadores não demonstravam satisfação — expressavam inveja. Ou seja, os alicerces desse sentimento são mesmo a comparação com o semelhante e o desejo de que o outro se dê mal.


ADÃO E EVA (1521), de Lucas Cranach O GRITO (1893), de Edvard Munch

MEDO

 
A manifestação básica de medo é aquela que prepara o organismo para lutar ou fugir. Diante de uma ameaça, o tronco cerebral ordena que o coração bombeie mais sangue para os músculos, os pulmões forneçam mais oxigênio às células e as glândulas suprarrenais secretem altas doses de adrenalina, ativando o tônus muscular e dilatando as pupilas para aumentar a acuidade visual. Se a figura ameaçadora está distraída ou fisicamente distante, no entanto, a reação mais provável é ficar paralisado para não ser percebido. As respostas emocionais de medo, originalmente desencadeadas por perigos que punham a vida dos homens primitivos em risco, mantiveram-se para ameaças mais subjetivas. Numa apresentação em público, por exemplo, uma pessoa é capaz de experimentar um sentimento parecido com o que manifesta diante de uma cobra. Na exposição social, no entanto, não é um fato concreto, e sim um pensamento que sugere a possibilidade de o sujeito estar em perigo. “É necessária a participação das áreas cerebrais mais recentes e desenvolvidas, que envolvem o conhecimento de normas, expectativas e valores, para que a pessoa experimente um medo social”, diz o neurologista Jorge Moll. O medo em níveis muito aumentados e constantes é doença. As chamadas fobias específicas — de avião, multidões ou locais fechados — são respostas exageradas a estímulos que causam medo em todo mundo, mas que a maioria das pessoas aprende a controlar.


A PESTE EM ASHDOD (1630), de Nicolas Poussin A PESTE EM ASHDOD (1630), de Nicolas Poussin (Corbis/Latinstock )

NOJO

 
O principal mediador químico associado ao nojo é a dopamina (pois é). A substância atua no tronco cerebral, provocando reações de náusea e vômito. Apesar de estar relacionado a circuitos cerebrais primitivos, o nojo sofre grande influência cultural. Os animais só demonstram repulsa quando experimentam algo ácido ou amargo, num mecanismo de proteção contra a ingestão de substâncias tóxicas. Entre os seres humanos, o nojo sofre uma forte influência da moral. Uma pessoa é capaz de vomitar ao presenciar uma cena de tortura, e não passar mal ao assistir a uma cirurgia cardíaca. “Não só o sangue ou as vísceras expostas podem causar asco, mas também a crueldade extrema”, diz o neurologista Ricardo de Oliveira-Souza, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.




TRISTEZA

 
A LAMENTAÇÃO DE CRISTO (1614), de Rubens A LAMENTAÇÃO DE CRISTO (1614), de Rubens (Hulton Archive/Getty Images )
Ficamos tão mais tristes quanto maior for o grau de envolvimento afetivo com a pessoa ou o objeto que perdemos — e mais definitiva for essa perda. Por tal raciocínio, é possível entender por que uma mãe em luto pela morte de um filho dificilmente sai do buraco, enquanto outra cujo primogênito foi à guerra ainda consegue esboçar um sorriso de vez em quando. Não importa o grau, a tristeza é sempre determinada quimicamente por uma redução nos níveis de serotonina. É o que evidenciam os quadros de depressão, o extremo patológico da tristeza. Enquanto a tristeza do dia a dia afeta a química cerebral de maneira transitória, a depressão pode trazer comprometimentos profundos. Uma pessoa deprimida precisa da ajuda de um psicoterapeuta e, não raro, de medicamentos antidepressivos para se reerguer. A tristeza, decorrente de uma afecção mental, inclui em seu pacote sintomas como distúrbios de sono, problemas de peso, fadiga, irritação, apatia, estados de lentidão física e intelectual. Ou seja, desregula uma série de outros circuitos cerebrais.



RAIVA

PROMETEU SENDO ACORRENTADO POR VULCANO (1623), de Dirck van Baburen PROMETEU SENDO ACORRENTADO POR VULCANO (1623), de Dirck van Baburen (AKG/Latinstock)
Nos animais, a raiva é uma emoção tão básica que pode ser provocada sem nenhum contexto, mediante a estimulação elétrica de um único ponto do cérebro. Um experimento clássico realizado na década de 30 pelo fisiologista suíço Walter Hess (1881-1973) revelou como a ativação de um eletrodo no hipotálamo de um gato era capaz de fazê-lo agir como se estivesse diante de um cachorro. Uma vez ligado o eletrodo, ele mostrava os dentes, emitia um chiado, seus pelos se eriçavam e as pupilas se dilatavam. Interrompida a estimulação, voltava a ficar calmo. Entre os seres humanos, contudo, a raiva é geralmente experimentada em situações que cruzam valores e relações interpessoais. Bioquimicamente, está associada à ação da noradrenalina e da dopamina nos circuitos cerebrais relacionados ao stress — a combinação das duas substâncias aumenta os batimentos cardíacos e a frequência respiratória, o que explica o rubor e a respiração ofegante dos que estão em cólera.



A evolução das emoções
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fonte: http://veja.abril.com.br/290910/abc-sentimentos-p-128.shtml


Um comentário:

  1. nossa. interessante demais
    emoção e razão atrito
    ou se completam..

    to seguindo

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